segunda-feira, 31 de outubro de 2011

nova entrevista de robert para a revista mexicana cinemania!


Desde o primeiro momento em que me sentei ao seu lado em um quarto do hotel Four Season em LA, onde o entrevistamos, Robert Pattinson nos deixa claro várias coisas, e ele não precisa dizer em voz alta. É evidente que ele não deixa as últimas tendências fashion ditarem sua vida, o que parece dar uma lição aos estilistas que tanto seguem Hollywood; tão pouco permite o controle de qualquer publicitário sobre o que sai na mídia. E isso nos agradecemos. Ele sabe, mesmo sem dizer.
Este ator de Londres nos faz esquecer que ele acabou de completar 25 anos, e que a
mídia tornou-o o mais recente galã de Hollywood, graças a Twilight.
Ele chega para a entrevista vestindo uma camiseta azul escuro, que agora está desbotando possivelmente devido à quantidade de lavadas, um casaco esportivo azul marinho, calças amarelas e Converse preto. Um visual hippie mas, acima de tudo, simples. Todas as peças parecem vir de seu próprio armário. Sua atitude se encaixa com seu estilo, simples, agradável. Ele parece descontraído e à vontade falando sobre sua carreira e sua fama repentina, sem deixar de
rir de si próprio todo momento e sem dar muita importância.
O que, definitivamente, chama mais atenção interessante não são seus olhos azuis nem a sua beleza óbvia, mas o corte de cabelo difícil de descrever que decidiu manter para as gravações de ‘Cosmopolis’, de David Cronenber, que torna o cabelo mais curto assimetricamente em algumas partes da cabeça que em outras.

Achávamos que já havia terminado de gravar ‘Cosmopolis’?
Sim, mas eu estou mantendo o cabelo (risos).

Por que você está usando o cabelo assim no filme?
Eu não posso explicar. É uma história tão estranha. Com sorte as pessoas vão achá-la interessante.

Você filmou os dois últimos filmes ao mesmo tempo como Harry Potter fez, e eles também estão sendo divididos em dois, o que você acha sobre gravar o filme e fechar um capítulo tão importante da sua vida?
Eu não sei porque eu nunca parei de fazer outros filmes além de Twilight. Eu quero manter a mentalidade de estar ocupado o tempo todo. Não é a única coisa que eu fiz esse tempo todo, e agora acabou. Esses filmes, na maior parte do tempo, foram apenas trabalho pra mim. Ter um diretor diferente em cada filme tem ajudado, porque eu tive que me adaptar a uma maneira diferente de trabalhar.

Tem sido mais fácil interpretar Edward com o passar do tempo?
De certa forma tem sido difícil devido à natureza do personagem, que é um vampiro. Isso limita o que você pode fazer. Você não pode dormir, você não pode comer, todo dia é longo. Você vive 100 anos e você não pode se relacionar com as pessoas, você não pode ter um impulso ou desejo. O perigo é você ficar se repetindo depois de um tempo depois de interpretar o mesmo personagem por 5 filmes. Você tem que vir com coisas novas para acrescentar. A grande coisa é que Bill Condon, toda vez que eu estava fazendo uma cena e ele sentia que eu estava fazendo a mesma coisa de novo, ele me sugeria mudar e tentar outra coisa. Não era assustador, mesmo que nós tivéssemos que fazer algo que não estava no livro.
Todo mundo está falando sobre as cenas de sexo…
O livro é um grande exemplo de como manter algo censurado e, ao mesmo tempo erótico. Ele brinca com a imaginação das pessoas. A cena de sexo está completamente na mente dos fãs. Mas de alguma maneira é difícil, porque quando você faz a cena você precisa mostrar as coisas, e não simplesmente passar batido, ou as pessoas ficariam doidas. É estranho filmar algo que as pessoas já esperavam por tanto tempo, sabendo as expectativas. Espero que façamos justiça a isso.

Seu personagem e o de Kristen compartilham tantas momentos romântico durante as filmagens, especialmente no último dia de filmagens.
O último dia de filmagens em Saint Thomas foi ótimo. Era apenas Kristen e eu. A única vez que fomos capazes de filmar com tempo bom. Foi, literalmente, o último dia de filmagens, e nós estávamos filmando uma cena em que estávamos nos beijando no oceano, a noite toda. Então não foi um jeito ruim de dizer adeus. Então todo mundo ficou para assistir o nascer do sol. Foi lindo.

Você pode compartilhar algo sobre Kristen?
A única coisa que ela gosta de assistir na TV é o canal de cozinha, especialmente quando ela está no set. Ela mantém sua TV ligada o tempo todo em seu trailer. Esse é o seu único comportamento de diva (risos), o canal de cozinha deve estar sempre ligado, a qualquer hora, em qualquer lugar.

Você tem uma cena favorita neste filme?
A cena do nascimento é tão diferente de toda a saga. É tão hardcore e sangrenta, pelo menos quando estávamos filmando. Não há maneira de amenizá-la de como está no livro. Foi algo muito corajoso.

Como foi interpretar um pai? Foi difícil?
Não no começo. Você está segurando um bebê, o que não é fácil de fazer, mas ninguém sabe como é ser um pai no começo. Você não pode se preparar para isso. Foi estranho quando Mackenzie Foy começou a interpretar minha filha, porque você começa a pensar: “Minha filha tem 11 anos agora. Se passaram dois meses desde que ela nasceu e agora ela pode falar.” Era complicado de se interpretar. Mas é um filme de fantasia, então você tem que acreditar.

Até onde eu sei, você passou alguns momentos gravando as cenas com Mackenzie...
Por uma boa parte das filmagens tivemos um bebê animatrônico. Foi para a cena em que Bella a vê pela primeira vez. Era como Chucky (risos) Chucky Renesmee (risos altos).

Mas vocês também filmaram com bebês reais, certo?
Sim, e eu gostei. Eu gosto de bebês e filmar com eles. É particularmente engraçado porque você está interpretando uma pessoa que é como uma estátua o tempo todo. Mas quando há um bebê, ninguém pode ser tão duro, você não pode segurar suas emoções e isso é o que Edward está fazendo o tempo todo. Ter um bebê o torna mais humano. Quando você está trabalhando com crianças, elas fazem o que quiserem, então você tem que improvisar, o que é legal.

Você disse que estava nervoso em tirar sua camisa dessa vez.
Quando eu fiz Lua Nova, alguém no estúdio disse que eu precisava de um tanquinho e que eu precisava malhar. Eu tinha que parecer como um vampiro, fazia parte do personagem. Assim que eles me disseram que eu precisava de um tanquinho, eu parei de malhar e não retornei pelo resto da série. Eles perceberam que não deveriam ter me dito nada. Neste último filme, passei seis semanas em Baton Rouge, sem nada para fazer, então comecei a correr. E então eu comecei a ir para a academia e me tornei obcecado. Corria 14-16 km todos os dias. Eu até andava de bicicleta. Até que eu fiquei entediado. Além disso, quando você está filmando, se você quiser ir para a academia você precisa ir às quatro da manhã. Isso não vale a pena (ele ri de uma maneira contagiante).

Você diz que não vale a pena, mas estamos acostumados a ver jovens celebridades fazerem sacrifícios para o sucesso. Taylor Lautner teve que fazer isso para manter o papel de Jacob. Como você se defende disso?
Ser ator e ser uma estrela de cinema são duas coisas diferentes. Se você está na mesma estrada que eu, e obtém a liderança, você precisa ter um pouco de personalidade, ou pelo menos fingir que você tem uma. E isso é uma coisa complicada de fazer… Antes de Twiligt, quando ninguém viu meus filmes (exceto Potter), eu realmente senti que eu era um ator, desempenhando papéis diferentes sem ter que pensar neles afetando diretamente toda a minha carreira. As pessoas só vêem o seu personagem como ele é. Mas agora tenho a sensação de que as pessoas pensam que sabem coisas sobre mim, eles acham que me conhecem. E eu estou sendo julgado sob estes termos. Como ator, a melhor coisa que você pode fazer é ter ninguém sabendo nada sobre sua vida pessoal. Mas isso é quase impossível porque há uma indústria inteira dedicada a descobrir coisas sobre você e, se não podem encontrar qualquer coisa sobre você, eles inventam.

Você falou sobre uma certa personalidade necessária para ser um ator. Você tem isso?
Eu não sei. É estranho porque você começa a conhecer as pessoas que sempre quiseram ser famosas. Eles precisam sentir a satisfação de ter pessoas obcecadas por eles. E quando eles finalmente estão famosos, eles se sentem julgados. Eles entram numa sala e quando todo mundo olha para eles, eles dizem “Eu sabia que um dia as pessoas iriam olhar para mim desse jeito”, mas quando isso acontece por acidente, se você for uma pessoa normal que caminha em uma sala e todo mundo olha para você, você se sente como um animal. O que acontece comigo de qualquer forma (risos). Mas você tem que lidar com isso porque, fora disso tudo, a única coisa que eu quero é a chance de fazer mais filmes, e com sorte, ser lembrado. Então você tem que aceitar as circunstâncias implícitas, mesmo se você odiar isso.

Com essa fama que você tem e seu relacionamento com Twilight, você acha que será mais difícil obter o tipo de trabalho que você realmente gosta mais?
É claro. Antes de Twilight eu fiz audições para tantas coisas, e eu era sempre deixado no top 3. Eles davam o papel para alguém que já era mais famoso que eu e eu ficava pensando como isso era injusto, então eu pensei que a única maneira era me tornar mais famoso. Mas quando você está super famoso, você tem toneladas de ofertas ruins, em filmes onde eles não estão realmente preocupados com o elenco. E se você não tiver feito muito trabalho, diretores olham para você como um desconhecido e não há estigma ligado ao seu nome. É mais difícil conseguir alguns papéis, às vezes. É estranho.

Então, você teve portas fechando para você…
Se você é um completo desconhecido, você tem mais chances. Depois de Twilight, as coisas são muito diferentes, dependendo de onde vem o dinheiro. Se não há uma estrela em anexo, de jeito algum você vende um filme, de modo que o obriga a fazer um bom filme. Mas se você não fizer isso, é tipo ‘já que ele está envolvido, precisamos que os adolescentes se interessem’, então eles mudam a história, e você acaba tendo essa pressão. Um bom diretor prefere não lidar com essas coisas. Mas é verdade que se você encontrar o papel perfeito, tudo vai se encaixar. Mas há menos opções. Agora que eu tenho uma imagem muito específica, é difícil encontrar papéis que cabem nela.

Isso não impediu que você conseguisse ‘Cosmopolis’.
Foi incrível. Eu deixei minha espiral de paranóia sair do controle e eu pensei que todos os bons diretores não iam querer nada comigo agora. E então Cronenberg faz esta oferta diretamente a mim. Eu nunca sequer tinha o conhecido… Eu tive um grande momento durante a filmagem, e eu ficava dizendo “Eu sou bom o suficiente? Eu não sei o que estou fazendo”, e ele disse “por que você pensa assim? Você é um ator”, e a única razão que me veio à mente é porque eu me tornei esse tipo de celebridade, e eu estou preocupado que as pessoas não me levem a sério.

O que Cronenberg viu em você para ele ter te escolhido para o elenco?
Nada. Apenas entrevistas. E ele viu ‘Remember Me’. Mas este personagem não se parece com nada que eu já tenha feito antes… Quando eu li o roteiro, eu pensei que não poderia interpretar a personagem. Eu amei o roteiro, mas eu estava com medo. Eu disse que o ligaria em uma semana para saber se eu queria o papel ou não. Passei uma semana inteira pensando em como dizer não. A única coisa que pensei foi “Olha, eu não posso fazer isso porque eu sou um covarde e não sei como interpretá-lo (risos muito alto). Então eu disse que sim, e lhe disse que não sabia sobre o que era a história. Ele disse que também não sabia. Então começamos a colaborar a partir desse ponto. Eu nunca tinha trabalhado com um cineasta que tinha tanta confiança em si mesmo. Ele apenas dizia todos os dias “vamos ver o que acontece”, não houve ensaios, nada. Foi insano.

Sabemos que você adora assistir a filmes, qual foi o último filme que você viu?
‘Red Riding Hood’. Essa foi a última vez que vi alguma coisa. Ir ao cinema é impossível depois de Twilight. Você está preso em um quarto escuro e não sabe o que vai acontecer, e eu fico nervoso e penso em tudo com que vou ter que lidar depois que acabar. Naquele tempo havia 60 pessoas fora do cinema. Antes eu vi ‘Inception’. Eu fui a um cinema no meio do nada e havia 20 paparazzi esperando por mim lá fora. Eu não pude me livrar deles o dia todo.

Rob nunca deixa assuntos sérios como suas inseguranças afetarem seu senso de humor e seu desejo de se divertir em qualquer circunstância. Ele fala abertamente sobre tudo. Temos agora a imagem de um ator que, resposta após resposta, mostra-se rebelde, inconformado e contra as idéias que Hollywood tenta lhe impor. Nós apertamos as mãos e ele diz adeus. Lá fora, encontramos a melhor surpresa de todas: seu cachorro, Bear, um mestiço que ele adotou em Baton Rouge. Parece que Bear segue seu mestre: simples, doce. É a única coisa que explica a razão pela qual ele pulou em nós e lambeu nossos pés.


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